sábado, 7 de dezembro de 2013

A VIAGEM À TERRA DA RAINHA DO CRIME – Tito Prates




Ganhei essa obra aqui na CRL  participando do concurso cultural 42 com um  pequeno texto sobre a Rainha Crime,e devia essa foto do lindo presente que eu ameiiii,e não resisti em dar as minhas impressões sobre tudo que li.


A obra começa cheia de delicadezas de quem realmente não pretende se apropriar de nenhum glamour...Em um misto de diário eufórico e indicações, o autor nos vai  levando a sentir a presença de Agatha a cada página. Pequenas falas da Diva vão se misturando e ajudando-o a contextualizar seus passos, pensamentos e sensações. O autor ainda propõe ao leitor o desafio do conhecimento das obras da autora, o que realmente me deixou curiosa pela forma com que isso iria acontecer ao longo da obra.

Graciosamente Tito chama a autora de ‘minha ícone’, emoção essa que fez com que eu esquecesse por completo qualquer olhar crítico que pudesse fazer em relação ao que já havia lido ou iria ler, e ingressar com ele em sua deliciosa aventura. 

As minúcias eufóricas do seu olhar enchem as páginas iniciais, fazendo com que pequenos detalhes da cidade da Diva virassem grandes sensações. A cada passo Tito encontra sua ícone ...pelos cantos da cidade ou comendo apenas uma simples maçã ele respira Agatha. Entrelaçando biografia, pesquisa, conhecimento, prazer e uma enorme euforia, o autor nos vai  entretendo com tamanha maestria, que quando nos damos conta, devoramos quase toda a obra.

Talvez seja a primeira vez de fato, que o autor conseguiu abraçar não somente com o coração, mas também com os olhos, múltiplas minúcias  e detalhes íntimos, pessoais e artísticos da Diva que se hospeda misteriosamente a tempos, por todas as paredes do quarto de hóspedes ao lado do seu. Uma belíssima hóspede silenciosa, que parece estar mais viva pelas paredes emocionadas de Tito do que pelos corredores de Ashfield, onde só restou a alma da Valente Araucária,e onde ‘le passe l’habite’ e  nada mais.

Através das páginas lindamente detalhadas e da emoção do autor, pude sentir-me  dentro da obra, banhada pelos mares da pequena praia de pedras Beacon Cove da infância de Agatha, escutar o barulho alegre da rua de Ashfield onde viveu felicidades e desventuras por quase toda uma vida, vestir-me com o seu casaco de peles predileto, degustando seu Creme de Leite preferido. Pude até me orgulhar pela minúscula familiaridade que senti com Agatha em também amar e colecionar caixas de madeira...ahahh

Pude sentir a maravilhosa sensação de felicidade de Agatha, na suíte 216 no Grand Hotel em sua lua de mel, o prazer de sua intimidade como Mrs. Mallowan, a agonia e angústia dos piores momentos de sua vida, em sua ‘sombria casa’ Styles em Sumingdale, a angústia da  procura emocionante por seu corpo  no Silent Pool, como previa Edgar Allan Poe, a visão frágil de Agatha em 1976, pouco antes de sua morte, e a enorme emoção do autor quando encontrou o nome de sua Diva em uma lápide...tudo isso envolvido num fino papel de euforia  prazer e dor.

Terminei a obra impregnada com o cheiro da nossa emocionante viagem, e com a marcante  lembrança viva da bela e altiva Dama, no alto da escada do The Old Swan Hotel, finamente maquiada e penteada, vestida com um belíssimo vestido rosa de seda, deixando a mostra não  apenas os ombros nus, mas também para mim  sua alma rasgada e ferida.

Adoraria sentar-me no piano de estimação de Agatha em Greenway, mas quem sabe um dia ainda consiga traçar o mesmo magnífico roteiro, que o nosso emocionado autor nos presenteou , levando claro, a tão detalhada e maravilhosa obra embaixo do braço né?



Parabéns Tito pelo belíssimo trabalho. Fiquei encantadaaa e espero ansiosa pela próxima obra.
Obrigado por me proporcionar momentos tão deliciosos de leitura e prazer.
Bjs





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