Ao
terminar de ler esse livro, fui confirmar na Internet se já existia a expressão
vintage books, pois ela expressa bem
qual foi o meu interesse maior nessa leitura. São livros que lemos mais pela
edição (antiga ou rara) que pelo conteúdo da obra em si. Nesse caso, assim que
vi esse livro no excelente sebo do Daniel, na Praça da Sé, soube que precisava
lê-lo. A publicação é da Editora Vecchi, e não há como saber a data, mas a
história mais recente fala da Grande Guerra, como se só tivesse havido uma!
Lembrei
de minha época de moleque, quando garimpava os sebos da Carioca, no Rio de
Janeiro, procurando exemplares da revista X-9, mais velhos que meu avô! Meu
grande xodó era uma edição da revista Detective, de 1939, que eu guardava como
um verdadeiro tesouro. Depois perdi a mania de colecionar livros e me desfiz de
tudo, sem pena. Acho que um livro só tem valor quando é lido. Livro na estante
é desperdício de árvore! Mas me permiti reviver esse lado de minha adolescência
que já foi tão importante para mim.
Mas
voltando ao livro: tem contos de Nathaniel Hawthorne, Conan Doyle, R. L.
Stevenson, Edgar Wallace, Agatha Christie e outros que nunca ouvi falar. Foi
bom ter saciado a curiosidade de ler Sax Rohmer, criador do Fu Manchu (o rei do
crime chinês), mas concordo que ele tenha sido relegado ao ostracismo hoje,
pois quanto racismo!!! Isso também me incomodou em outra das histórias (do
Sinclair Gluck), e também me ajudou a compreender minha amada Agatha em seus
deslizes nesse gênero...
O
destaque vai para a última história, “Um
Caso Sem Pista”, de Joseph Collomb, onde o autor faz uma metáfora da força
policial alemã como uma grande máquina, com seus homens mecânicos, engenheiros
e pesquisadores... o mais curioso é que nessa metáfora o autor chegou a uma
concepção muito próxima do funcionamento de um computador, que não existia na
época em que o conto foi escrito!
Recomendado
expressamente para ratos de sebo e apreciadores do cheiro de papel velho!
***///***
Conheça O SINCRONICÍDIO:
http://www.caligoeditora.com.br/osincronicidio/
Nenhum comentário:
Postar um comentário