Capa da 1ª Edição
Obra
editada em 1974, faz um retorno histórico ao séc. XVIII, passeando calmamente com o romance
pelas ruas de uma Vila Rica, vestidos pela agonia da decadência do ciclo do
ouro.
O
romance conta a história de uma mulher ambiciosa e família falida, que vê no
casamento
a melhor saída para a ascensão
social...mas o destino lhe prega uma peça, fazendo-a apaixonar-se pelo seu
enteado. Com 4 partes a obra nos envolve no dobrar do sino como sinais sociais,
o que aliás em Minas
Gerais era muito comum. Os sinos tocavam de forma
diferenciada, em casamentos, mortes, enterros, missas...etc. Na obra o tocar da
agonia era composta de 7 badaladas com intervalos, para que o povo pudesse
rezar pelo condenado nos intervalos....só parando de badalar quando a morte o
emudecia..
Amor
impossível não é um tema raro na literatura, porém Autran nos traz a perfeita
tragédia grega camuflada de tragédia mineira.Como também críticas sociais a um
período de escravidão, racismo, corrupção, e a uma nobreza com sua crueldade e
ambição. O autor dá a morte um ar de salvação e libertação, bem típica das
grandes tragédias gregas.
A obra vai se enchendo de personagens, tramas e
tragédias, fazendo com que o leitor não consiga deixar a obra....em cada uma
das 4 partes são contadas fragmentos da história de cada personagem, que vão se
entrelaçando pelos capítulos seguintes.
O autor pauta toda a obra nos sons das lembranças, passeando
por uma memória humana temporal, onde a
angústia ‘do não esquecer’ vive em cada palavra.
Já li 10 obras desse maravilhoso mineiro com influências
bárbaras de James Joyce, Goethe, Platão, Schopenhauer, Stendhal,
Aristóteles....
Enfim...linda obra e eu recomendo!
Escrevo para
entender a loucura humana em geral e a loucura particular que é Minas Gerais. (Autran Dourado)
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