Sou suspeitíssima para falar sobre um livro de Luis Fernando Verissimo. Talvez fosse melhor que outra pessoa fizesse essa resenha. Mas... Agora já foi! Comecei e não há o que me faça parar. A não ser o limite de posts qu sei que devo manter, claro. Longe de mim querer fazer um ensaio literário sobre esse livro. Pelo contrário. Quem está aqui é uma leitora, ainda maravilhada pelo livro que acabou de ler. Já com aquele gostinho do "pena que acabou... E agora? Para onde vou?"
Aos que acharem que sou exagerada, respondo: talvez. Isso talvez se explique pelo fato de admirar esse escritor, não mais do que outros aos quais admiro, mas mesmo assim, há algo ali de especial nessa admiração: é uma admiração que pergunta: "Como é que ele consegue transformar algo tão banal em um livro capaz de me entreter, de me fazer rir?" Literatura é magia por provocar sensações como essa que acabei de descrever.
O livro é narrado em primeira pessoa. O narrador conta sobre seu trabalho em uma editora onde examina originais e decidir se podem vir a ser publicados ou não. Um pequeno detalhe pode ser definitivo na seleção que ele faz: dependendo do dia da semana, o livro pode ser publicado ou não. Se o original chegar em uma segunda-feira, o escritor pode esquecer, pois seu original irá direto para a lata do lixo. Isso acontece porque nos finais de semana o funcionário busca a bebida para esquecer de tudo. Somente lá pela quarta-feira pode haver uma esperança. Pode haver, eu disse. Nada garantido.
A ação do livro começa quando o funcionário recebe um envelope com as primeiras páginas de uma história escrita por uma certa Ariadne, enviado por uma amiga da escritora. Nessas páginas, Ariadne relata a história de um amor proibido que acaba em tragédia, prometendo contar tudo doa a quem doer e, ao final, suicidar-se.
Conforme vai recebendo mais páginas, o narrador do livro começa a ficar preocupado e algo lhe diz que deve montar uma operação para investigar a situação real de Ariadne e tentar salvá-la do triste fim anunciado. Nessa aventura ele arrasta seus companheiros das bebidas de final de semana e conversas literárias do Bar do Espanhol. Amigos que estão ali para o que der e vier, cada um sendo um capítulo à parte. Destaco o professor Fortuna, causador de muita polêmica literária. Um trecho do livro que demonstra isso:
"Um debate reincidente entre nós era se livros policiais e de espionagem podem ser boa literatura. Eu dizia que sim, o Dubin não tinha certeza e o professor não tinha dúvida: era lixo. Ele reagia às minhas evidências em contrário com sons de desprezo. Graham Greene? Bó! Rubem Fonseca? Blech! Raymond Chandler? Acht! Uma vez perguntei se ele tinha comprado um certo livro do John le Carré.— Pra quê? Já tenho papel higiênico em casa.
Só não me levantei para bater nele porque não conseguiria. Era sábado e eu já estava a meio caminho do fundo."
Definindo: o livro tem espionagem, tem humor, tem uma história criativa cujo suspense vai se intensificando. No começo da Operação Teseu quem está lendo logo pensa: vão acontecer situações engraçadas atrás de situações engraçadas e no final todos viverão felizes para sempre, de alguma forma. Conforme a coisa avança, porém, você que está lendo já começa a não ter tanta certeza assim. E aí só lhe basta ler tudo, até o final, para tirar a grande dúvida. Isso é mais que óbvio, hehehe. Claro, você tem a opção de pular todas as páginas e ler o final. Mas é claro que você não vai ter coragem de cometer esse sacrilégio. Eu aposto que não vai! =)
Dados do livro:
Ficção e Humor
ISBN: 9788560281992
Lançamento: 17/11/2009
Formato: 15 x 23,4
144 páginas
ISBN: 9788560281992
Lançamento: 17/11/2009
Formato: 15 x 23,4
144 páginas
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