terça-feira, 11 de setembro de 2012

TEATRO COMPLETO – Dramas Históricos - Shakespeare




É sempre um dia especial quando terminamos de ler um livro grosso! Passamos muito tempo entre as páginas daquele pesado volume, que foi se tornando folha a folha tão conhecido nosso. E é tanto que é como se deixássemos uma parte de nós dentro do livro, ao fim da última página. E é então que sentimos esse sentimento sem nome, ao menos em nosso idioma: mistura de alegria e tristeza, de triunfo e saudade. Só quem lê conhece.

Passei setembro e outubro mergulhado nessas 627 páginas de letras miúdas como formigas pretas numa bula de remédio (isso é o que eu chamo de misturar metáforas rarara!).

Pois então. Três coisas legais aprendi com esse livro (fora do maravilhamento todo que foi ler oito peças de Shakespeare em sequência)!

Essas três coisas são:

1) Nunca desmereça o valor de um texto, por pior que lhe pareça.

Em seu excelente prefácio, o tradutor Carlos Alberto Nunes conta várias passagens interessantes sobre a vida de Shakespeare. Logo quando ele começou a se tornar conhecido, foi desprezado e execrado por outros autores teatrais, por não possuir formação acadêmica. Um certo lorde da época não queria a princípio que o Folio com as peças de Shakespeare fizesse parte de sua seleta biblioteca (que depois tornou-se famosa justamente por possuir o tal Folio).

Hoje Shakespeare é um gênio inabalável. Ele só deixará de ser o maior escritor de todos os tempos com o fim de nossa civilização. E os lordes arrogantes entraram para a história como uns grandes duns bobões!


2) Um livro só está vivo em dois momentos. Quando é escrito e quando está sendo lido. Fora disso ele simplesmente existe.

Adquiri esse livro em um sebo. A edição é relativamente antiga, meu chute é algo entre final da década de 80 e início da de 90. O exemplar que adquiri nunca havia sido lido. Ao mergulhar em tantas emoções da leitura de Shakespeare, por várias vezes me admirei que aquele livro tivesse existido tantos anos sem jamais dar a um ser humano a alegria que eu estava experimentando. Agora que eu estava lendo, o livro também estava vivo.

3) A melhor maneira de evitar problemas de tradução é lendo os autores nacionais

Viajei muitíssimo na tradução de Carlos Alberto Nunes, acho que valeu por um curso de tradução, se é que existe tal coisa.

Ele por sua vez fez uma viagem muito linda, muito fiel a sua proposta, muito autêntica.

Ele optou por privilegiar a cadência e a musicalidade das peças de Shakespeare! Quem poderia condená-lo?

Ficou lindo o resultado, mas era como se só ¼ do original estivesse sendo mostrado, deixando ¾ escondidos.

Outras traduções posteriores, creio, foram mais felizes. Ainda assim, a meta suprema só poderá ser revelar ¾ do original e conformar-se com ¼ deixado oculto (e principalmente acrescentando o mínimo da própria subjetividade do tradutor, tarefa hercúlea e virtualmente impossível).

Resumindo a ópera:

* O melhor estímulo para se aprender inglês é começar a ler Shakespeare.

* Feita essa descoberta, olha que outra muito mais interessante! A beleza total de Shakespeare só pode ser percebida em seu idioma original, o inglês. Da mesma forma, a beleza total de Machado de Assis, por exemplo, só pode ser sentida em português. Assim como tantos outros brasileiros, portugueses, angolanos, moçambicanos etc geniais!

Uma boa forma de fazer a mente crescer é ler obras clássicas de nosso próprio idioma!

Quem diria, amar tanto Shakespeare me fez defender a literatura nacional!!!

E viva Shakespeare!!!


7 comentários:

  1. Shakespeare como amo a escrita desse dramaturgo poderia ser até mil páginas mais eu leria com muito prazer. É um verdadeiro revolucionário da linguagem inglesa. Você estar de parabéns por esse blog e muito obrigado pelo os comentários lá no meu cantinho. Mil beijos

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  2. oi Wanderléa!
    valeu pelo carinho e pelas boas energias e viva nosso amado Shakespeare!
    beijos

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  3. Oi Morgan, valeu pela visita e pelas palavras!
    Parabéns pelo seu blog, gostei muito!!!
    abração

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  4. À exceção do original, qual tradução de Shakespeare você recomenda?

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  5. À exceção do original, qual tradução de Shakespeare você recomenda?

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