Já
fazia um bom tempo que eu não visitava o templo de alguma obra de Master
Shakespeare. Foi uma linda alegria ler “Trabalhos de Amor Perdidos”, um de seus
primeiros textos, que certamente traz a impetuosidade e a exuberância da
juventude, aqui expressas em vertiginosos duelos verbais.
Gostei
muito da tradução de Beatriz Viégas-Faria, mas não pude deixar de imaginar (como
não poderia deixar de ser, em se tratando de Shakespeare) como seriam aqueles espertos
e maliciosos jogos de palavras no original...
Um
choque e tanto foi ler, em meio a tantas piadas, uma série de chistes
profundamente racistas, que teriam feito rolar de rir ao Bozo e aos seus
asseclas... caso eles não considerassem Shakespeare coisa de gay, mulherzinha e
comunista!
Eu
mesmo fiquei profundamente chocado comigo ao acolher esse pensamento, afinal me
parece uma heresia citar o Bozo em uma resenha do grandioso Bardo. Contudo,
logo após nutrir esse pensamento infame, eis que me deparo com a MELHOR
explicação que já vi para o bizarro fenômeno dos Bozominions:
“Ninguém
fica tão completamente preso, quando capturado, quanto o inteligente que ficou
bobo. A tolice que foi ovo chocado pela sabedoria pensa que tem todas as garantias
do bom senso e todo o auxílio do que aprendeu na escola, mais as benesses da
própria Inteligência para beneficiar um bobalhão letrado.
(...)
A
tolice nos bobos nunca é tão censurada quanto a palermice nos inteligentes.
Isso porque a sapiência fica babando, uma vez que todas as capacidades mentais
dali em diante serão aplicadas a provar, pelo raciocínio, que há valor na
basbaquice.”
Esse
texto de 1597 nos demonstra cabalmente duas coisas:
1)
O profundo conhecimento de Shakespeare sobre a natureza humana.
2)
O quão pouco evoluímos, de fato, desde os tempos de Shakespeare.
William
Shakespeare, para mim, é quase como uma religião. Por isso, para não ter que
repetir tudo o que acho obrigatório dizer sobre esse grande Avatar da
Literatura, seguem os links das resenhas que fiz sobre suas obras (que reli
agora para meu próprio deleite):
HAMLET
RICARDO
II
HENRIQUE
IV (parte I)
HENRIQUE
IV (parte II)
HENRIQUE
V
HENRIQUE
VI (parte I)
HENRIQUE
VI (parte II)
HENRIQUE
VI (parte III)
RICARDO
III
HENRIQUE
VIII
VIDA
E MORTE DO REI JOÃO
JÚLIO
CÉSAR
MUITO
BARULHO POR NADA
ROMEU
E JULIETA
SONHO
DE UMA NOITE DE VERÃO
MACBETH
TEATRO
COMPLETO – DRAMAS HISTÓRICOS
\\\***///
Agora
disponível gratuitamente no Wattpad, LABIRINTO CIRCULAR / ISSO TUDO É MUITO
RARO é um livro duplo de contos estruturados como seis pares de “opostos
espelhados”. São ao todo doze histórias que têm como fio condutor a polarização
entre o Olhar e a Consciência (representados nas capas do livro como as pupilas
sobrepostas e o cérebro, respectivamente) e que abordam, cada uma a seu modo,
alguns dos antagonismos essenciais: Amor e Morte, Cotidiano e Fantástico,
Concreto e Absurdo. Um exercício literário para mentes inquietas e
questionadoras.
LABIRINTO
CIRCULAR
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TUDO É MUITO RARO
Mais uma boa postagem!
ResponderExcluirHoje, passo a palavra aos meus leitores ...
.
Momentos...
Beijo e um excelente dia!
Gratidão querida Cidália!
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