terça-feira, 1 de julho de 2014
O menino do pijama listrado - John Boyne
sábado, 2 de novembro de 2013
CARTAS A THEO
Pelas cartas, vamos acompanhando seus projetos: as tentativas de ser missionário, professor, o primeiro emprego na Casa Goupil, a galeria de arte do tio, mais tarde administrada pelo irmão Theo, até a decisão por dedicar-se apenas à arte, afinal. Através da Casa Goupil, conhece Paris. Mas a capital francesa não o agrada. Após algumas andanças, é no interior da França que ele se fixará, na cidade de Arles, onde se apaixonará pelos campos de trigo, pelo grande sol amarelo, pela vida dos camponeses.
Cúmplice de todas essas mudanças e descobertas, Theo foi figura importantíssima para que Vincent pudesse se dedicar à pintura, acreditando no talento do irmão, dando-lhe suporte financeiro e afetivo. O amor e dedicação de Theo foi sempre reconhecida por Vincent, que muitas vezes lamentava dar tanto trabalho ao irmão.
“Agora sinto que meus quadros não são suficientemente bons para compensar as vantagens que aproveitei através de ti. Mas acredite-me, se um dia eles forem suficientemente bons, você terá sido também seu criador, tanto quanto eu, porque nós os estamos fazendo juntos”.
A própria loucura é comentada calmamente nas Cartas: “É preciso que eu me resigne, é bem verdade que um monte de pintores ficam loucos, é uma vida que leva a ficar muito abstraído, para dizer o mínimo. Se eu me lanço em cheio no trabalho, muito bem, mas continuo a ser louco”.
Vincent não agüentou mais o fardo da própria existência e resolveu abreviá-la. Durante sua vida, Vincent Van Gogh vendeu apenas um quadro. Em 1990, um século após sua morte, "O Retrato do Dr. Gachet" foi vendido por 82,5 milhões de dólares, o maior valor dado por uma obra até então. Mudaram as obras? Ou mudaram os olhos de quem as viam? Afinal, o que é uma obra-prima? Não sei a resposta para estas perguntas. Fiquei extremamente emocionada com a leitura dessas cartas. Van Gogh ganhou, para mim, uma outra dimensão. Só me resta agradecer. A Vincent, pelo amor à arte. E a Theo, pelo amor à Vincent.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
O HOMEM QUE VIA O TREM PASSAR - Georges Simenon
segunda-feira, 30 de abril de 2012
BELLISSIMA - Nora Roberts
sexta-feira, 6 de abril de 2012
NOITES BRANCAS - Fiódor Dostoiévski
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terça-feira, 3 de abril de 2012
TRAVESSURAS DA MENINA MÁ - Mario Vargas Llosa

quinta-feira, 15 de setembro de 2011
NINGUÉM ESCREVE AO CORONEL - Gabriel Garcia Marquez
sábado, 3 de setembro de 2011
O Colar de Veludo - Alexandre Dumas
sábado, 16 de julho de 2011
O ESPANTALHO - Michael Connelly
Recém demitido do Los Angeles Times, jornal onde trabalhou durante anos, Jack McEvoy, experiente repórter criminal, recebe uma incumbência de seu editor. Ele tem mais duas semanas de trabalho para treinar a repórter que irá substituí-lo, uma novata chamada Angela Cook. Mas Jack tem outros planos: elaborar o seu “dane-se”: uma saída em alto estilo, com uma grande reportagem que faça seu nome ser lembrado pelo jornal.
Alonso Winslow é um jovem traficante de 16 anos, preso por um crime bárbaro: estupro e assassinato de uma stripper viciada em drogas. McEvoy escrevera uma pequena matéria sobre o caso, com a visão da polícia, que divulgou a confissão do criminoso. O repórter decide usar o caso de Winslow para criar uma matéria diferente: criar um perfil do assassino, tentando mostrar quais os caminhos que levam um garoto a virar um assassino (embora minta para a mãe do menino, dizendo que acredita na inocência do menino e quer tentar provar). Assim, ele e Angela Cook, a nova repórter, começam uma investigação que se revelará mais complexa do que se pensava. Winslow, na verdade, nunca confessou o crime e um outro assassinato de modo muito semelhante ocorreu em outra cidade, na mesma época. Assim, McEvoy percebe que pode estar com uma mina de ouro nas mãos, uma reportagem investigativa que irá causar grande sensação. O que Jack e Angela nem desconfiam é que o verdadeiro assassino está à espreita de cada passo dos dois, escondendo-se não em becos ou lugares sombrios, mas na gigantesca teia da internet.
O Espantalho é uma boa trama policial, com um pano de fundo muito atual: as maravilhas e perigos da internet. Aliás, os que torcem o nariz para o avanço cada vez maior de seus poderes, talvez encontrem no livro alguns motivos para sua bronca com a tecnologia. É justamente por causa do avanço das informações online que o futuro do jornal impresso é preocupante; Jack é mais uma vítima da redução de gastos pelos quais esses gigantes da informação tiveram que passar. Aliás, é sempre com certa melancolia que o repórter analisa sua vida profissional, ao ver que pertence a um mundo em extinção. Outro alerta da trama é que a internet também pode ser um campo vasto para indivíduos perturbados poderem dar vazão a suas bizarrices. Cuidado com o que você posta em uma rede social, parece alertar o autor.
Jack McEvoy é um personagem que já apareceu em outro livro do escritor (Veredicto de Chumbo), mas se no livro anterior ele era um personagem secundário, neste ele tem o papel principal. Cínico, cético e vivendo para sua profissão, McEvoy é um personagem interessante. Outra personagem importante na trama é a agente federal Rachel Walling, que ajudará McEvoy na empreitada, ainda que meio a contragosto, pois ambos tiveram uma relação mal resolvida no passado.
Entre perseguições físicas ou digitais, O Espantalho faz a gente lembrar que, mesmo em uma época em que parece sabermos tudo sobre tudo, algo ainda nos confunde e abala: o mistério da mente humana: um lugar muitas vezes impenetrável e sombrio.
sábado, 2 de julho de 2011
As Memórias do Livro - Geraldine Brooks
Achei algumas passagens muito emocionantes. Triste como, desde sempre, existiu quem destrua e escravize, por diferenças de credo, cor ou opinião. Mas, felizmente, também existiram os que, por amor à arte e ao ser humano, fizeram a diferença, como o bibliotecário muçulmano que arriscou a própria pele para salvar uma obra judaica, fato real, que inspirou um dos personagens. Curiosamente, os conflitos que achei um pouco mais maçantes foram os da própria Hanna, bem como o envolvimento amoroso um tanto forçado. No mais, achei uma obra interessante e creio que agrada quem ama livros, não apenas seu conteúdo, mas sua existência física, mesmo. Uma experiência cultural e sensorial que a tecnologia digital não substitui. Ainda.
Carta ao Pai - Franz Kafka
Em novembro de 1919, aos 36 anos, Franz Kafka escreve ao pai para, a princípio, queixar-se da forma como este recebeu seu noivado. A longa carta, com mais de cem páginas, nunca chegou às mãos do destinatário, e ao fim de sua leitura o que se tem é um relato vivo e profundo de uma conturbada relação familiar.
Na carta, Kafka expõe toda a mágoa em relação ao pai, um homem opressor e autoritário. “Da tua poltrona, tu regias o mundo”, escreve o filho. Das páginas da carta vai surgindo uma relação feita de opressão, medo, silêncio e recriminação. Triste imaginar uma criança crescendo assustada, tornando-se um adulto traumatizado e sem autoestima. Nota-se que Kafka não deposita toda a culpa (palavra que aparece mais de uma vez, sempre assim, sublinhada) dos seus infortúnios dos ombros do pai. Reconhece que, mesmo sem sua influência, teria se tornado um homem tímido e reservado, já que essa era a sua natureza. Mas a covardia, a indecisão perante a vida, a autodepreciação excessiva, estas foram moldadas através dos anos de jugo paterno. Vê-se, em algumas passagens, que o filho nutria respeito e admiração pelo pai, mas sabia que jamais poderia se comparar a ele, em matéria de força de espírito ou física: “Eu magro, fraco, franzino, tu forte, grande, possante. Já na cabine eu me sentia miserável, na realidade não apenas diante de ti, mas diante do mundo inteiro, pois para mim tu eras a medida de todas as coisas”.
A figura do pai influenciou a conduta de Kafka em vários aspectos de sua vida: sua relação com o judaísmo, sua ânsia (e ao mesmo tempo, aversão) pelo casamento e, principalmente, sua carreira literária. Palavras usadas durante a carta, como veredicto, juiz, inseto daninho (expressão que o pai usava quando queria menosprezar alguém), remetem às duas mais famosas obras do escritor: O Processo e A Metamorfose. O próprio Kafka deixa a questão bem explícita, quando confessa: “Minha atividade de escritor tratava de ti, nela eu apenas me queixava daquilo que não podia me queixar junto ao teu peito”.
Uma leitura tocante que complementa a leitura da obra do escritor.
domingo, 19 de junho de 2011
Recordações da Casa dos Mortos - Fiódor Dostoiévski
Não sei se a intenção do escritor era fazer alguma espécie de denúncia em relação ao sistema prisional russo (com seus trabalhos forçados e castigos físicos). Acredito que ele estava mais interessado em tratar de outra coisa, daquilo que nos torna tão diferentes de tantos tipos descritos no livro, mas também nos aproxima tanto: o mistério da alma humana. Uma grande obra de um grande escritor.